domingo, 8 de julho de 2012

Mulher não desiste

Mulher não desiste, se cansa. A gente tem essa coisa de ir até o fim, esgotar todas as possibilidades, pagar pra ver. A gente paga mesmo. Paga caro, com juros e até parcelado. Mas não tem preço sair de cabeça erguida, sem culpa, sem ‘E se’ ! A gente completa o percurso e ás vezes fica até andando em círculos, mas quando a gente muda de caminho, meu amigo, é fim de jogo pra você. Enquanto a gente enche o saco com ciúmes e saudade, para de reclamar e agradece a Deus! Porque no dia que a gente aceitar tranquilamente te dividir com o mundo, a gente não ficou mais compreensiva, a gente parou de se importar, já era. Quem ama, cuida! E a gente cuida até demais, mas dar sem receber é caridade, não carinho! E estamos numa relação, não numa sessão espírita. A gente entende e respeita seu jeito, desde que você supra pelo menos o mínimo das nossas necessidades, principalmente emocionais, porque carne tem em qualquer esquina. Vocês nem sempre sabem, mas além de peito e bunda, a gente tem sentimentos, quase sempre a flor da pele. Somos damas, somos dramas, acostumem-se. Mulher não é boneca inflável, só tem quem pode! Levar muitos corpos pra cama é fácil, quero ver aguentar o tranco de conquistar corpo e alma, até o final.


Tati Bernardi

terça-feira, 29 de maio de 2012

"Um amigo me chamou pra cuidar da dor dele, guardei a minha no bolso. E fui."

O amor capaz de nos fazer anular a nossa dor. 
A imensidão do sentimento que faz neutralizar o nosso sofrimento para poder cuidar do sofrimento do outro, ajudar um amigo em desespero, tranquilizar o coração angustiado de quem se ama.
E quando não há mais saída, esse é o amor que nos faz unir a nossa dor à dor do amigo, e sofrer junto, estar lado a lado, pois não há nenhum sofrimento que não possa ser repartido com um amigo amado.
É difícil alcançar a neutralidade exigida para se colocar em segundo lugar e cuidar da dor de outra pessoa, mas os amigos, mais do que qualquer outro ser, fazem isso como se fosse fácil. Sem esperar algo em troca.
E sabem a dimensão do conselho, da palavra dita, do silêncio compartilhado, de cada lágrima...
Não é fácil ser AMIGO. É divino.


segunda-feira, 14 de maio de 2012

Amor de gente grande é assim

Amor de corpo inteiro. Um amor que transcende, transpira, transborda. 
Amor com mãos e pés. Com dedos, braços, pernas, barriga, pele e abraços. 
Um amor que surpreende, sem nada inventar, sem precisar exagerar, sem ter de sempre entender. Simplesmente ser... preencher, existir! Amor que não investiga, que não desconfia, que não acusa. 
Amor de palavras, mas também de silêncio. Um silêncio que aquieta o coração, que acaricia a alma e alivia as dores! Amor que esvazia, que abre espaço, que permite. 
Amor sem regras, sem pressões, sem chantagens. Amor que faz crescer. 
Amor de gente grande, de coração gigante, de alma transparente. 
Amor que permanece. De mim para mim, de mim para você, de você para mim.
Amor que invade respeitando, que adentra acariciando, que ocupa com leveza. 
Amor sem ego. Que acolhe, perdoa, reconhece. Amor que desconhece para conhecer, que nunca lembra porque não esquece! Amor que é... assim, sem mais nem menos, sem eira nem beira, sem quê nem porquê. 
Simplesmente simples, despretensioso, descontraído, desmedido.
 De uma simplicidade tão óbvia que arrasta, que envolve, que derrete. De uma fluidez tão liquida que escorre, que desliza, que não cristaliza. Amor que não se pede, que não se dá, porque já é!
Para nunca precisar procurar, para nunca correr o risco de encontrar, porque já está! E o que quer que ainda possa surgir... besteira! Fique, permita-se, comprometa-se! Simplesmente amor... Você consegue?

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Essa nossa vida passa, mas o amor que vivemos não.


'O motivo das pessoas desistirem tão rapidamente umas das outras é porque elas olham pra frente e se perguntam: será que vale a pena? Elas se esquecem de olhar pra trás e verificar o tamanho do que construíram juntas.'


Para tudo há seu tempo.Na solidão, queremos o aconchego de alguém.Na saudade, ansiamos o reencontro.No desânimo, a necessidade de um abraço.Na ansiedade, procuramos o AR.Na indiferença, o amor próprio e a autoestima.

Para o amor (o de verdade), um segundo.. ou um ano. Ou o tempo suficiente para decidir sobre questões, escolhas, renovação, transcendência, direções.. 

O tempo da aquietação do coração.O tempo da persistência.


Essa nossa vida passa, mas o amor que vivemos não.




quinta-feira, 26 de abril de 2012


Você não sabe o que passei.Não sabe como foi difícil entender o que estava acontecendo quando você resolveu ir embora.Não sabe como eu chorei por muitos dias, de saudade.Não sabe como me desesperei vendo que você realmente não iria aparecer.Não sentiu a dor que eu senti quando você não me atendia, ou não me ouvia ao telefone.Não me viu perder o ar de madrugada, quando procurava seu braço ainda dormindo e acordava percebendo que você não estava.Não me viu acordar de manhã e, logo ao abrir os olhos, fechar de novo com força, esperando que tudo fosse um pesadelo horrível.Não sabe quantos dias passei em casa, sem conseguir sair nem para me distrair um pouco.Não sabe como foram horríveis os pesadelos de verdade.Não sabe como foi difícil ouvir de todo mundo que o certo a fazer era mesmo te esquecer.Não viu como foi difícil começar a tentar fazer isso de verdade.Não sabe como eu sentia o coração doer a cada prova de que você realmente não me queria mais.Aí eu tive que aprender a respirar sozinha. Entendi que você não ia permanecer na minha vida, só no meu coração.E você não iria conseguir imaginar como isso foi complicado.Não viu como eu pensava em você em qualquer lugar que eu estivesse.Não sabe como demorei a parar de falar de você pras pessoas.Não sabe como era estranho tentar olhar pros lados com interesse.Não sentiu toda a carência que eu senti. Aquela carência direcionada.Não viu como foi difícil beijar outra boca que não a sua.Não viu como eu demorei a conseguir olhar pra outros olhos.Não me viu encostar com estranheza em outro corpo, abraçar com tanta dificuldade outro abraço.E depois não sabe como fui, com muita tristeza, me acostumando à outra rotina, a outra pessoa, a outros carinhos.Aí pensei em tirar você do meu coração. As coisas começaram a fazer sentido novamente.E você, bem nessa hora, passou a atender as minhas ligações.Você não sabe que foi bem nessa hora que começou a mudar de idéia.Não viu que quando eu estava ajeitando meu coração, você resolveu bagunçá-lo de novo.Não sabe o desespero que tomou conta de mim novamente, quando fiquei sem saber como agir.Não sabe que eu pensei, repensei e trepensei.Não sentiu a vontade que seu senti, de sumir eternamente.Não percebeu que eu não tinha mesmo coragem de querer você de volta.Não sabe o medo que senti, de passar por tudo de novo.Não sabe como foi difícil entender o que estava acontecendo. ²Não sentiu insegurança, desconfiança, nojo, saudade, arrependimento, orgulho. Tudo misturado.Não sabe como é difícil agora, tentar passar por cima de tudo que vivi e você não soube.Não sabe como é difícil pegar a queda, os choros, o medo, o trauma... e jogar pela janela. Deixar de pensar em tudo que passou, tudo que sofri. Deixar o coração aberto novamente pra você entrar. 

terça-feira, 24 de abril de 2012

Re-amar

"Olha, eu sei que o barco tá furado e sei que você também sabe, mas queria te dizer pra não parar de remar, porque te ver remando me dá vontade de não querer parar também.Tá me entendendo? Eu sei que sim. Eu entro nesse barco, é só me pedir. Nem precisa de jeito certo, só dizer e eu vou. Faz tempo que quero ingressar nessa viagem, mas pra isso preciso saber se você vai também. Porque sozinha, não vou. Não tem como remar sozinha, eu ficaria girando em torno de mim mesma. Mas olha, eu só entro nesse barco se você prometer remar também! Eu abandono tudo, história, passado, cicatrizes. Mudo o visual, deixo o cabelo crescer, começo a comer direito, vou todo dia pra academia. Mas você tem que prometer que vai remar também, com vontade! Eu começo a ler sobre política, futebol, ficção científica. Aprendo a pescar, se precisar. Mas você tem que remar também. Eu desisto fácil, você sabe. E talvez essa viagem não dure mais do que alguns minutos, mas eu entro nesse barco, é só me pedir. Perco o medo de dirigir só pra atravessar o mundo pra te ver todo dia. Mas você tem que me prometer que vai remar junto comigo. Mesmo se esse barco estiver furado eu vou, basta me pedir. Mas a gente tem que afundar junto e descobrir que é possível nadar junto. Eu te ensino a nadar, juro! Mas você tem que me prometer que vai tentar, que vai se esforçar, que vai remar enquanto for preciso, enquanto tiver forças! Você tem que me prometer que essa viagem não vai ser a toa, que vale a pena. Que por você vale a pena. Que por nós vale a pena.
Remar.
Re-amar.
Amar."

Caio Fernando de Abreu

terça-feira, 17 de abril de 2012

Pacotes da Psicologia Moderna I


O tal do BULLYING

Tem termo mais comum hoje em dia? Pra quem trabalha em escola, instituição, pra qualquer pessoa que trabalhe com crianças, ou em organização, grandes empresas.
Criam-se programas contra ele, projetos de conscientização. Reuniões de pais nas escolas, palestras de renomados psicólogos...
O que é o bullying hoje? Como lidar com ele nessa época de crianças tão precoces, adolescentes tão independentes? Com famílias tão "desasjustadas"?

Hoje, o bullying nada mais é do que o pacote no qual é jogado o racismo, a homofobia, a violência, o preconceito e todos os outros problemas das escolas, das organizações, da sociedade em geral. Problemas que sempre existiram, sempre existirão.
Atualmente, começaram a perceber que criança que sofre violência na infância pode crescer sem autoestima, sem confiança no próximo, com problemas na formação da personalidade.
Porque? Porque pessoas que cometem os massacres de hoje passaram por isso.... São ótimos exemplos.
Então, a culpa dessas atrocidades é o BULLYING. Vamos acabar com ele já!!~

Mas, ao jogar no "pacote" do bullying tudo o que é sofrido pelas crianças de hoje (e também por adultos, por qualquer pessoa que conviva em sociedade) não percebemos que perdemos o verdadeiro significado de cada coisa.
Deixamos de apontar o RACISMO, a VIOLÊNCIA, a HOMOFOBIA, o PRECONCEITO.
Tudo vira bullying. Deixamos de perceber que a criança que chama o outro de "pretinho" ou "macaco" está tendo um precoce comportamento racista. Isso deve ser notado!
E as crianças se xingando de "bicha" ou "sapatão"? Que educação e exemplos elas têm?
Os "colegas de trabalho" que se humilham e se constrangem, muitas vezes com agressividade. É mesmo tudo brincadeira? Não tem aí uma ponta (ou mais) de racismo ou qualquer outro preconceito?

Quanto tudo vira bullying parece ser coisa normal da atualidade... São essas crianças de hoje em dia né?
Não damos o nome correto ao comportamento errado. Não ensinamos para as crianças que RACISMO NÃO PODE ACONTECER.
Quando perdemos a especificidade do comportamento, simplesmente deixamos passar essas características.. Que com certeza, daí em diante, vão comprometer cada vez mais o desenvolvimento das nossas crianças.